Saturday, December 29, 2012

today on stage: Wooden Shjips


    Ontem fui "empurrado" novamente para a estrada, e sem ter a noção exacta do momento, acabei numa viagem espiral no tempo, que me levou a momentos, sítios e pessoas que, pensava eu, ter guardados nas memórias, mas que afinal se recusam a ser só isso (memórias!) e se transformaram num "grande todo" actual, resultado das vivências.
    Acabei a vaguear ( ou seja, vadiar devagarinho) com uma morena, as ruas de uma cidade adormecida, sobre uma lua de olho cheio, que nos olhava (e certamente se ria !!!), dos nossos "tropeções" um no outro, das nossas pequenas corridas em semáforos vermelhos de ruas vazias e da nossa animada conversa, que quase nos transformava, a nós os intervenientes, numa espécie de terceira e quarta pessoa.
    O frio acabou por nos empurrar para dentro de um taxi, com muita relutância da minha vontade, pois acabo sempre por querer mais e nunca me resignar ao suficiente, o que me joga tantas vezes no excesso. Culpa minha, por sempre optar pela loucura... uma loucura, que vejo já ter passado de moda, se é que há algum tipo de loucura que passe de moda e se é que há algum tipo de mente sã que opte por ser louco.


What drugs do to... chopper´s


Sunday, December 23, 2012

Velocidade excêntrica.

   
    No ponto de partida, a sensação de nervoso, acompanha a "ligeireza" da embraiagem "tosca".
    De repente a velocidade ganha uma nova dimensão, afunilando a visão, centrada num "todo".
    O corpo reage a este movimento, com uma coragem, que exige o máximo de todos os sentidos. Mas, recebe em retorno, a possibilidade de se sentir livre, num gozo inexplicável, sem amarras como um pássaro que escolhe o próprio trajecto e se recusa a submeter ao "estipulado".
    É talvez o disparar da adrenalina, que nos faz ser absorvidos por essa realidade, numa maneira confortavelmente solitária. Monólogos de quem se recusa a estagnar, vivendo a "liberdade" no movimento, que nos leva além... para além... mais além!!! Tudo num processo, que é uma brilhante conjuntura biomecânica. Como uma tela pintada que se estende, num movimento em profundidade, para dentro dela própria.
        
    Habituamo-nos a trocar de liberdades, vacilando entre o que queremos, o que temos, e o que temos de ter.
    Inutilmente a nossa originalidade passa por excentricidade. Minimizando o "fugir" do código social, minimizando a importância das escolhas e impondo o "standard" como ambição.
        
    "... é o projecto da casa,
      é o corpo na cama,
      é o carro usado,
      é a lama, é a lama."

    Os valores mudaram, o mundo evolui-o, o tempo ficou curto. A palavra perdeu o valor para contratos protegidos por regras, feitas por aqueles que são os primeiros a quebrarem-nas.
    Fugazmente, mas ainda, marca-se estilos de vida nas palavras do escritor
    
    "O heróico no ser humano é não pertencer ao rebanho".

photo by Josh Kurpius





 

RIDE IT LIKE YOU STOLE IT

Tattoo by: Feio in Heart Of Buda shop

O congelar do momento preciso... uma imagem, uma revolta, uma atitude, um estilo de vida. Certamente, dificil de mais para explicar, a quem não entender.
Jasin Phares by DutchmanPhotos

Tuesday, December 11, 2012

livros de bolso.

O sol rebentou por aqui em Wonderland e ao fim da manhã fui deambular um pouco pelo ghetto, aproveitando o sol entre um cigarro enrolado e um café preto.
Parei em frente a uma banca de jornais, para "saltitar" as grandes das primeiras paginas e... senti-me instantaneamente puxado para uma espiral "de letras " ... corrupções, indignações, imposições, explorações de "pões e dispões".

Quando acabei, senti-me cansado pelo sensacionalismo... "mastigado" por tantos "ões". Literalmente à beira de um precipício, com uma serie de indivíduos e instituições( com nomes que se podem resumir em adjectivos, também eles acabados em "ões"), prontos a empurrarem-me.

E então pensei...todas aquelas diferentes paginas de jornais, resumiam-se bem a um clássico, que tenho na prateleira,já velhinho, comprado em segunda mão. Uma crítica ao que "haveria de vir", ironizada em forma de obra de arte... e que hoje... por ser hoje ( não sei se culpa do sol de inverno, ou do café e do cigarro enrolado), fazia tanto sentido exposto naquela banca, em todas as primeiras paginas de jornais de "todos" os temas.
 
 Um amigo, mando-me na semana passada um mail, a sujerir que começa-se a falar por aqui sobre alguns livros, que vão acompanhando o meu dia a dia (simplesmente pelo gosto de ler!) e que tenho por hábito de sujerir "á malta". Não esperem nenhum descortínio intectual. Por vezes, não serão mais do que "titulos chamativos" de livros baratos, comprados nessas lojas de segunda mão ou "modas" publicitadas, que acabam por me ser dadas, em prendas "de boa figura". Mas talvez entre "esses" e "outros", possam apareçer agradáveis surpresas de leitura.
Resolvi, deixando o meu ironismo levar a melhor, começar com um clássico, que comprei numa loja dessas que ainda "deixam" ler com pouco dinheiro.
A quem nunca leu , fica o conselho de uma história, do que também era para ser... um país de maravilhas.

Wednesday, December 5, 2012

today on stage: Lana Del Rey

 Se não fosse pela participação dos "Kemosabe", provavelmente nunca teria prestado atenção a esta música. Acabei por ficar surpreendido... gostei da música, gostei da morena que canta (mas isso já é sina!), e gostei da história da letra.
 Tudo influençiado pela "imagem" e acima de tudo, pelo sentimento de rebeldia de quem procura a liberdade na vida real, sem cenários bonitos nem amarras, jogando  rebeldemente com o destino e desafiando  a sorte de uma vida que devia ser mãe mas que teima em ser "madrasta".

 Entre várias frases, que serviam perfeitamente de legendas a cenários "pintados" sobre o horizonte de tantas "estradas", fica a "expressão"  que revela a angustia que por vezes sinto na necessidade de "pisar" alcatrão.
 Uma fome de kilometros que acumula numeros pintados em pequenas placas, que vão sendo deixadas para trás, alienando-nos, num sentimento de liberdade, do que nos rodeia. Acabamos fechados em monologos (de capacete!) que nos fazem repensar tudo o que aprendemos e avaliar tudo o que vivemos... Ponderar valores, insultar injusticas, amar e odiar numa simplicidade tão pura que a sentimos no quente do sangue bombeado pelo coração, que numa explosão de adrenalina, tenta inconcientemente, se sincronizar com o ritmo do motor.

 E é (para mim!), no momento exacto dessa sincronização, que num rasgo irracional de racionalidade, percebo o quão perto da loucura estou com esta minha "obsessão pela liberdade".  


O Kemosabe and The Lodge deverá ser um dos blogs que acompanho há mais tempo. É formado por um grupo de amigos de Chicago, um deles, artista plastico  (Mitch) e outro (Josh) um excelente fotografo que se dedicou a fotografar este estilo de vida de uma maneira muito pessoal.
Na altura, conheçi o blog por um amigo que temos em comum e que me disse : " Tu é que vais curtir o que estes gajos andam a fazer, lá para cima, em Chicago."

E curti!...

Tudo pelo espírito espelhado no estilo de vida, sem aquele sentimento de liberdade "visto de cima para baixo", como qualquer coisa que se compra com o "kit" completo, para ser igual aos filmes.

" live fast died young
  be wild and have fun (...)
  I believe in the person i want to became
  I believe in the freedom of the open road (...)

  and when I´m at war with myself... I ride...I just ride.

 Who are you? are you in touch with all your darkest fantasies?
 You have created a life for yourself where you can experience them?
 I have...
 I am fucking crazy ...
 ...but I´m free. "





fotos do blog: Kemosabe and the lodge






Saturday, December 1, 2012

...

“How in the hell could a man enjoy being awakened at 8:30 a.m. by an alarm clock, leap out of bed, dress, force-feed, shit, piss, brush teeth and hair, and fight traffic to get to a place where essentially you made lots of money for somebody else and were asked to be grateful for the opportunity to do so?"
- Charles Bukowski -
photo:Matt Landman x Dice