Sunday, December 23, 2012

Velocidade excêntrica.

   
    No ponto de partida, a sensação de nervoso, acompanha a "ligeireza" da embraiagem "tosca".
    De repente a velocidade ganha uma nova dimensão, afunilando a visão, centrada num "todo".
    O corpo reage a este movimento, com uma coragem, que exige o máximo de todos os sentidos. Mas, recebe em retorno, a possibilidade de se sentir livre, num gozo inexplicável, sem amarras como um pássaro que escolhe o próprio trajecto e se recusa a submeter ao "estipulado".
    É talvez o disparar da adrenalina, que nos faz ser absorvidos por essa realidade, numa maneira confortavelmente solitária. Monólogos de quem se recusa a estagnar, vivendo a "liberdade" no movimento, que nos leva além... para além... mais além!!! Tudo num processo, que é uma brilhante conjuntura biomecânica. Como uma tela pintada que se estende, num movimento em profundidade, para dentro dela própria.
        
    Habituamo-nos a trocar de liberdades, vacilando entre o que queremos, o que temos, e o que temos de ter.
    Inutilmente a nossa originalidade passa por excentricidade. Minimizando o "fugir" do código social, minimizando a importância das escolhas e impondo o "standard" como ambição.
        
    "... é o projecto da casa,
      é o corpo na cama,
      é o carro usado,
      é a lama, é a lama."

    Os valores mudaram, o mundo evolui-o, o tempo ficou curto. A palavra perdeu o valor para contratos protegidos por regras, feitas por aqueles que são os primeiros a quebrarem-nas.
    Fugazmente, mas ainda, marca-se estilos de vida nas palavras do escritor
    
    "O heróico no ser humano é não pertencer ao rebanho".

photo by Josh Kurpius





 

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