Sunday, June 10, 2012



    Uma pétala azul no meio de um mar verde, agita as águas de Neptuno, deixando o velho Deus zangado.
    Embalado na voz das ninfas, que cantam canções de vitória, o gigante do mar perde-se a pensar.
    O mundo gira depressa de mais e o pôr-do-sol acontece com a rapidez de um pensamento. Fazendo da eternidade uma sequência de imagens que consegue derrotar a violência do tempo.
    Nessa altura, um cheiro "misturado" apodera-se do sitio exacto, onde o mar se cruza com o rio, e mostra-se mais forte que qualquer vontade, qualquer razão, que qualquer plano de um velho Deus.
    É a "simplicidade" do destino na complexidade das linhas que se cruzam e que se estendem para lá do alcance da visão.
    Alinhamos trajectos, com a monotonia diária do sol, sem o ver, mas por vezes... algo muda, e por uma qualquer razão, quebramos aquela "azáfama" alucinante em que vivemos, e como um carrossel que fica sem energia, a velocidade diminui, o som foge "lá para o fundo", e as luzes deixam de brilhar.
    Simplesmente paramos e... olhamos.
    Olhamos "um" outro pôr-do-sol, não por ansiarmos a noite mas pelo "ansiar" desse perfume único. 
   Esperando sempre pelo "pôr-do-sol de amanhã", recusando rebeldemente... o correcto do "suposto".



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