Wednesday, June 5, 2013

Art&Moto Long Report

        Bom, nem sei bem como começar! A ideia sobre um "tipo" de reportagem apareceu com um amigo que confia mais no meu jeito para a fazer do que eu próprio. Já pensei em duas ou três maneiras diferentes para a "partida", embora todas elas impeçam como um kick start barato, a falhar na maneira como roda o ponto do "despertar" do motor.
        Isso faz claramente com que a história não avance. Como solução, o melhor será começar onde começo sempre, sentado em cima da mota, três parágrafos mais à frente do começo do que quer que seja, que quero começar a contar...

        Tínhamos combinado encontrarmo-nos perto de um dos portos de Lisboa. Eles já vinham todos juntos, eu juntei-me ao grupo.
        Cruzamos (depois) a cidade, ombro a ombro com o rio, sobre aquele empedrado desconfortável que abranda o trânsito entre semáforos que teimam em não se acertar. Como não costumamos andar juntos, o grupo ia um pouco desorganizado, e as motos espaçavam-se irregularmente, furando entre os carros sem alinhamento. Mas até aí nada de importante, pois grandes "alinhamentos", não eram a disposição para o dia e para o evento. 
        Consoante íamos progredindo num tipo de gincana de obras (novas e antigas, feitas e a fazerem-se!) na qual Lisboa se transformou à beira rio fomos rindo em pequenas ultrapassagens e “piadas” nos semáforos. Tudo tão descontraidamente, que deixava o bicilíndrico da Triumph (de uma maneira estilosa e nervosa!) pautar os silêncios do pesado barulho dos V2 das harleys, do resto do grupo.
        E assim foi durante todo o percurso, que foi serpenteando á beira rio. Mas por mais apaixonantes que sejam as "voltas" por Lisboa (cosendo os diversos cenários de uma cidade desenhada sem plano), esta "volta" foi curta e num instante deixamos as ruas principais e esgueiramo-nos por uma rua estreita até à entrada do nosso destino: uma fábrica antiga, que se abria com portão pintado (como “se lava” a cara a algo antigo), encaixado ao fundo dessa rua.
        Quase toda aquela zona (Alcântara) é antiga e dá a sensação que está mergulhada na sombra da enorme ponte Salazar, que se “eleva” ali por cima (não nos fazendo esquecer, que estamos à beira rio!). Isso vinca a alma do sítio com um estilo próprio de calçadas, ruas inclinadas e curvejadas, armazéns antigos e apartamentos luxuosos que roubaram o "vintage" das fábricas que outrora se erguiam no mesmo sítio. 
photo: Andreia Silva

        E, estilo próprio era também o que não faltava ao sítio para lá dos "tais" portões pretos: o Lx Factory, nome certamente muito diferentes dos tempos "operários" daquele monstro que se esconde (até há bem pouco tempo para morrer!) entre o amontoado de prédios  e os pilares da ponte.
        Logo à entrada, somos cativados pelas pinturas, cartazes e telas que cobrem as paredes recuperadas. Num estilo urbano anunciam os diferentes "sítios" ou eventos  que foram ocupando os antigos edifícios da fábrica, aproveitando de uma maneira “moderna” a alma industrial do recinto. 

photo:D.Wolf

photo:Andreia Silva

photo:D.Wolf

        A rua principal (que devia de ser o tapete para um movimentado formigueiro nos tempos áureos fabris), está hoje ocupada por bares, restaurantes e lojas. Era aí, que as motas que atenderam ao Art&Moto (na maioria delas: caferacers!), se alinhavam pelo passeio. 
        Mesmo tendo começado há pouco tempo, vários grupos, de uma maneira casual, já se iam amontoando por ali, acompanhando a profundidade da rua, deixando (só) a estrada desocupada, e que era frequentemente  atravessada por gente que circulava entre conversas e "sítios". Atravessamos essa rua cheia, com pequenos toques de motor e estacionamos ao fundo, num espaço que foi conquistado certamente com a saída de algum carro.
        Para trás, o estacionamento estava lotado, com os pneus mais ou menos perfilados, o que ajudava a deslumbrar as máquinas preparadas a rigor, imitando tempos e estilos antigos. Triumph´s, BMW´s, Bsa´s, Guzzis, Hondas eYamaha´s saltavam à vista. Algumas clássicas, outras mais "Kustom". Mas havia também as pequenas japonesas "novas no estilo", que se faziam sobressair  pela sua irreverência como putos rebeldes da cidade.




photos:Andreia Silva
photo:D.Wolf

        O evento decorria principalmente nessa rua, e concentrava-se numa enorme livraria, mas dava para perceber que o espírito se espalhava um pouco por todo o lado, com motas que iam passando para cima e para baixo, e pessoas espalhas pelos bares, lojas e infindáveis corredores que servem de escritórios a pequenas empresas modernas, que abraçaram este projecto de comunidade.
        Por isso, o ambiente era saudável. Rodeado de vários estilos de "caféracers". A maioria, de uma nova geração vestida de velha. Pouco a pouco, iam passando também algumas Harley´s , mas eram muito mais as “inglesas”, que se passeavam com aquele romantismo "racing rebelde antigo".
        Encostamos (nós próprios, entenda-se!) ali na rua também. Ocupamos uma mesa com capacetes, e começaram a chegar as primeiras cervejas. No fundo, juntamo-nos ao resto, trocando conversas com caras conhecidas que se iam encontrando e olhando as motas que iam passando.
photo:Andreia Silva

        Engraçado como hoje em dia, no mundo "Kustom", os estilos acabam por se misturar um pouco, e isso reflecte-se nas pessoas, no vestuário, e até nos gostos musicais, que são agora  muito mais "amplos". Mas reflecte-se essencialmente, nas motas e no espírito de criá-las e vivê-las, e isso dilui as barreiras temporais, territoriais, geracionais, fazendo uma aproximação na mentalidade, ou seja, na ideia de cada um, em “criar” uma mota à imagem da visão que temos para o nosso próprio estilo, o que se transforma em algo tão pessoal, que vai muito além da parte mecânica, ou da parte estética em separado, e que só ganha conteúdo se privarmos com elas intimamente: na estrada, nos monólogos de capacete, e nos cenários que rolam connosco em aventuras e desventuras que as viagens de mota nos "levam" e trazem. Não faz sentido, se não for esse o propósito, o gozo, o proveito...o estilo de vida!

photos:Andreia Silva

        Bom, mas se calhar, este, ainda não é um pensamento "abrangente" actual (mesmo sendo um "mundo" pequeno, num País ainda mais pequeno!), e por isso, numa volta que dêmos para descobrir um café com cervejas mais baratas e conhecermos melhor as entranhas da antiga fábrica, encontramos duas choppers "de luxo" que foram "mandadas" estacionar no parque das traseiras.
photo:Andreia Silva

        Ironicamente acabou por ser perto delas, que nos sentamos numa esplanada de bancos compridos. Alguém tinha dito que ali era mais barato,  alguém arriscou a pagar a primeira rodada... Era mais barato!...Melhor!
        Acabou, (por essa e pela razão da sua localização, perto da entrada!), por se tornar num excelente sítio, com as conversas a serem interrompidas frequentemente, por "trabalhares" de motores, que com a sua passagem, nos roubavam o olhar, e dando mais um ou dois assuntos para acrescentar à conversa.
        Motas eram o tema, e assim continuou com o passar do tempo, até os copos deixaram de ser de vidro e passaram a ser de plástico, o barulho das motas ir diminuindo na sua chegada, e a tarde ter começado a fugir, trazendo o frio húmido das noites de primavera.
        Levantámo-nos então, e decidimos visitar finalmente a tal livraria que tinha sido uma gráfica industrial e onde estavam várias "coisas" preparadas pela organização dos 351 Caféracer.

        Caminhamos entre as motas pela rua de calçada até às portas duplas ladeadas por dois cartazes vintage que anunciavam o evento. Estas abriam para uma sala enorme com prateleiras intermináveis atulhadas de livros e escadas quase labirínticas, que acediam a pisos superiores suspensos em fortes vigas de ferro. A quase espiral quadrada de livros que contornava a parede, do chão ao tecto, envolvia essas plataformas que, por sua vez, transpiravam, para o sitio, uma brutalidade industrial, ajudada pela enorme impressora, imponente e bruta, que se mantém no local como que adormecida  pelas histórias  dos livros que a rodeiam.

        Esta foi a primeira visão que "gravei" ao entrar na livraria "Ler Devagar". Tinha lido algures que tinha sido considerada uma das mais espantosas livrarias do mundo, e agora, num só olhar consegui perceber a razão desse título.
        Logo na direcção da entrada estava exposta uma "sweet caferacer". Aproximei-me pra ver o que parecia ser a única construção em exposição.
photo:D.Wolf

        Única mas brilhante, a contrastar com a pintura pérola que lhe dava um look perfeito para aquele motor preto.
        Mas, mentiria se dissesse que não esperava mais motas expostas, principalmente para contrastar com as linhas modernas desta. Linhas demasiado limpas e excepcionalmente fibradas, sem marcas de estrada ou sem ferrugem naqueles pontos onde… nem o maior cuidado consegue evitar.
        Fiquei ainda um bom bocado a admirar os pormenores da renovada CB750, que permanecia vaidosa em cima do palanque para ser deslumbrada. Curiosamente, na rua, em frente à porta de entrada, estava estacionada uma MotoGuzzi, com as cabeças “ameaçadoramente” brilhantes, como "divisas" de alta patente numa farda de gala e uma suspensão dianteira "fina", que reluzia “desafiadoramente”, com os reflexos dos faróis que passavam. A sua cor não a fazia brilhar, mas dava-lhe o estilo rebelde para me fazer querer que estava só ali a desafiar esta vaidosa, numa "rixa" tradicional entre gerações pelo direito do estilo.
        Nisto, um amigo tocou-me no ombro, para segui-lo a subir as escadas. Deixei as motas por instantes, e acho que pela primeira vez me apercebi do burburinho geral que estava dentro daquela sala. O bar que ocupava a parede de fundo do piso da entrada continuava cheio. Pessoas de pé, pessoas sentadas, casacos de cabedal pendurados nas costas das cadeira, e capacetes um pouco por todo o lado. Tudo misturado com os livros, e o barulho típico de um bar atarefado, marcado pelo bater do manipulo do café, quando se sacodem os restos do café anterior.
        Subi as escadas, seguindo quem ia à minha frente e passei para uma outra sala que se distinguia do resto, por uma parede que nos obrigava a contorna-la. Essa entrada, estava adornada por uma Sachs V5 restaurada, bem nacional, de fábrica e culturalmente, e que dava o mote à exposição fotográfica, que enchia o resto da parede, com "detalhes de clássicas portuguesas.". A exposição foi organizada pelo Tiago Santiago (membro dos 351), e não se mostrava só original pelas fotografias, mas também, pela iluminação personalizada para cada uma delas, feita originalmente por faróis de mota clássicos.

art&bike: Tiago Santiago

artwork:João Barros/photo:Andreia Silva


artwork:João Barros/photo:Andreia Silva

        Lá dentro (depois de contornar a tal parede que expunha as fotos) um piano de cauda, e uma mopped qualquer vintage, ocupavam um pequeno palco de uma sala coberta de ilustrações de traço vintage. Um artista Português e dois artistas espanhóis expunham os seus trabalhos, mais concretamente, o António Marinero (espanhol) com ums trabalhos de cores esbatidas que "pintavam" pilotos clássicos em "corridas de antigamente", o Raulowsky (espanhol), com várias ilustrações a preto e branco de traço simples e elegante. E por último o Nuno Capêlo com ilustrações a cores e trabalhadas, que disponham nas paredes várias caferacers, por sinal , motas de alguns membros dos 351.
        Agradavelmente, dava-se a volta, saltando entre os três artistas de traço e técnicas diferentes , mas todas baseadas num estilo revivalista.

art:Antonio Merinero

art:Antonio Merinero

art:Nuno Capelo

art:Nuno Capelo/photos: D.Wolf

art: Nuno Capelo/photo: Andreia Silva

        Acho ("acho", deve ser a expressão mais incorrecta para usar numa suposta reportagem!) que era também nessa sala que se fazia a apresentação de um filme, mas para variar chegamos atrasados. Enfim às vezes é a nossa sorte.
       A sala em ideia de exposição, funcionava bem, “fora de tudo o resto” como um toque de estilo, bem decorado e interessante na ideia e no conteúdo.

       Assim que voltamos ao lado do café livraria, o pequeno grupo com quem eu estava dispersou-se. Uns voltaram ao piso "rasteiro" para ir ver os diversos artigos expostos (capacetes, roupa, etc!), outros, subiram a rampa ligeiramente inclinada que os levava ao outro lado da sala. Piso que rodeava a enorme máquina gráfica com mesas, cadeiras e prateleiras sempre cobertas de livros e mais livros, que se sucediam à velocidade de um olhar, de um título ou de uma capa de cor diferente.
        Os corredores de livros são fascinantes. Dou por mim a procurar títulos por palavras-chaves, que nem sei bem quais são, mas que me fazem despertar para agarrar este ou aquele livro como uma escolha “consciente “ do subconsciente.

       Bom mas esta "suposta" reportagem não é sobre livros, mas sim do Art&Moto, por isso, vou acelerar até descermos novamente as escadas e acabar-nos por juntar outra vez à porta…
        …Enrolei um cigarro e acendi, enquanto outros me imitavam no acto. No mesmo momento, um grupo grande ia a sair, e o barulho ecoava pela rua, agora muito mais vazia.
       Gosto da sensação de algumas destas motas, soam a nervoso e divertido. Quando se ligam, tem de se “rodar” o acelerador com uma agressividade suave, para despertar a combustão de um nervo interno, como se incentivasse o coração da máquina, ou talvez, pensando melhor: o espirito, o que para mim até é fácil de acreditar, pois personifico tantas vezes as motas com as suas birras e vontades ou os seus vícios e temperamentos, que acabo por acreditar que a alma de algumas tem mesmo de ser “incendiada”.
      Enquanto não acabávamos os cigarros, ficamos todos ali, a olhar para eles ( que se iam preparando para arrancar!), com o coração acelerado do trepidar metálico que se ia juntando em alcateia, até o primeiro decidir arrancar, sendo seguido pelo resto do grupo de uma maneira ordeiramente desorganizada, como um grupo de lobos rápidos seguindo o mais veloz.
 
photo: Andreia Silva
       Acabamos de matar o vício do fumo, e logicamente falou-se de jantar. Como não queríamos ir para longe, acabamos por ir a pé, à procura de um restaurante barato que alguém (ou melhor… outra vez alguém!) disse que havia não sei bem onde, logo ali fora da fábrica. Acabamos por atravessar Alcântara, para entrar numa marisqueira cheia de marisco, com a frescura da arca frigorífica e entradas de pão e manteiga. Uma mesa grande albergou todo o grupo, e uns jarros de sangria trouxeram a boa disposição à mesa e a vontade de pedir o que estava na carta.

       O jantar durou um bom bocado, e quando voltamos, encontramos já uma noite aprumada para a boémia, mas com poucas motas a comporem a rua. O frio, certamente também não convidava a uma volta de regresso muito tarde, o que fez muita gente ir embora mais cedo e já não voltar. Mas já havia personagens "à solta" (talvez pensando o mesmo de nós quando nos cruzávamos!), e os bares já projectavam uma luz com côr cá para fora, misturada com o som que se estava a preparar.
        Logo ali ao princípio, uma loja de roupa tinha-se transformado num bar de alterne de anãs. Estivemos para entrar, levantando-se a curiosidade do sítio e do negócio, mas resolvemos deixar para outro dia… Íamos, certamente, acabar da mesma maneira, num “buraco” qualquer, com cerveja ou tequila, mas hoje… não seria naquele!
       Mais à frente, outro bar, já tinha duas motas colocadas no palco, iluminadas ao ritmo do som que ia aumentando de tom. Todos estes e outros cenários, vistos cá de fora, no meio de uma rua meio escura com paredes altas, tornavam o sítio, apesar do frio, "meio" clandestino e agradável de se estar
       Rodeámos as nossas motas para fumar um cigarro, indecisos onde entrar, quando de repente, de dentro de uma porta de madeira estreita e alta, saíram duas personagens torneadas por corpetes de napa preta, e chicote na mão, que assentavam perfeitamente numa versão da antiga série de televisão “Allô Allô”. Aquilo era na altura o “desaire” de qualquer general da Gestapo, e agora... bem podiam ser o nosso.
       Num tom autoritário, como se esperava, dirigiram-se a nós, e encarnando a personagem, entregaram-nos uns convites para um show de bondade que ia acontecer num bar mais à frente. Metemo-nos com elas (claro!), fazendo-as retorquir de chicote na mão, mas com um sorriso nos lábios. Voltaram a convidar… para acedermos, mesmo que numa promessa só simpática, porque todos sabíamos que não íamos ali ficar muito mais tempo.
       A rua continuava meio vazia, assim como os bares. Já nos tinham dito que o grosso das motas tinha ido jantar a um lugar sugerido pela organização, e que mais tarde iriam retornar, para a festa à noite. E certamente foi isso que aconteceu, mas nós já não ficamos para ver, começava a aparecer uma vontade de “circular”, andar de mota. Voltar por um bocado ao trânsito, e despertar uma cidade que está a acordar para viver mais uma noite. Tudo para acabar em algum lado de mãos geladas, frio nos ossos e a alma mais limpa.
       Despedimo-nos de quem quis ficar e arrancamos. Deixamos para trás aquele "monstro", com tudo para ser o sítio fantástico, para um evento muito bom. Uma ideia pioneira de um estilo de vida, que é propício a “good times” e propicio a estas interligações que por vezes encurtam kms e cruzam experiências... de vida... de estilo... de opinião... de fascínio... de Liberdade.
       Que seja para continuar, melhor e maior, aberto a sugestões que possam ajudar e com a mesma dedicação, que só é possível ter, quando realmente se veste o “espírito”.


  
       Deitamo-nos à estrada e acabamos realmente num “buraco”, a ouvir uma banda a cantar êxitos de outros, a beber cerveja com tequila.
        Alguém (e vou acabar a reportagem, sem “reportar”, quem será este alguém!) ainda falou que na manhã seguinte, ia haver uma volta programada pelos "351". Encostados ao bar, imaginamos que ia ser certamente, perto do mar, para poderem gozar o “recortado” da linha marítima, nas estradas que contornam as encostas do nosso litoral. Parar algures para beber qualquer coisa, e voltar a arrancar, ocupando a estrada como um bando em “rotação de passeio”, trazendo a nostalgia rebelde de "outros tempos" Tudo iluminado por um sol enorme, que faz brilhar as encostas e queima a cara com o passar dos kms contra a pele. Isto até regressarem a um sítio qualquer planeado e dar então o evento por acabado, com as normais despedidas.
       Se fosse assim, ia ser sem dúvida, uma volta “para mais tarde recordar” como se dizia "noutros tempos", ou “para mais tarde repetir”… como se espera dizer para o próximo ano.


        Mas para nós, amanhã era já daqui a um bocado, e por muito que a tequila, ajudasse a coragem a "envenenar" o senso, o evento ia mesmo acabar assim, com um brinde de que restava no fundo da garrafa, antes de pedir mais uma rodada daquela cerveja.
photo: Nuno Capelo 

8 comments:

João Caldas said...

Os meus parabéns está muito bom. Tudo muito cru e sem estilismos que estamos habituados nas grandes revistas logo mais ao encontro de quem vai a eventos deste e que procura um regresso ao passado, um revivalismo encrostado na pele e herdado dos pais e avós. Fizeste-me sentir ainda mais pena de não ter ido, mas não me foi mesmo possível por motivos profissionais, o que me deixa ainda mais agoniado, porque nos fartamos de trabalhar e este país não nos devolve nada nem gratidão. Tive pena por mim e pelos amigos porque não pude privar com eles...deixo apenas uma nota em estilo de roda pé, era bom que eventos como este se realizassem mais vezes e era bom que não durassem apenas um pare de horas e dessem a possibilidade a quem não pode ir um dia acabar por ir no outro. Não é pedir demais!
Abraço

Empty man said...

Parabéns rapaz! Muito bom :)

João César Gomes said...

Adorei a leitura.
Obrigado

Jafar71 said...

Muito boa reportagem, bem escrita e cativante como sempre.
Quanto ao evento em si parece ter sido muito positivo. Os meus parabéns aos 351CR

JC said...

Muitos parabéns pela escrita, fez-me reviver aqueles bons momentos.

Unknown said...

Meu, estás muito lá...

Dá para ter uma clara ideia do que perdi... "keep them flowing"

Fernando Jesse James said...

Não pode ir mas,"estive lá" depois de ler esta reportagem,obrigado.

João Barros said...

Parabéns e obrigado fotos dos meus candeeiros na exposição. Abraço João Barros